A FELICIDADE é uma busca que depende, sobretudo, da força interior
que há em cada pessoa!

Pequenas atitudes, por mais bobas que possam parecer, são valiosas e tornam-se
grandiosos passos no caminhar desta conquista.

Arrisque-se!!! Aventure-se!!!





Por mares nunca dantes navegados...or pesquisar e conhecer o mundo!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Série mulher consumo



Produção artística que esteve na exposição "Transposição" , coletiva do grupo Juçara realizada na 5ª Primaveira dos Museus. Local: Galeria Nazaré Trindade. Museu Fortaleza de São José de Macapá, no período de 19 a 30/09/2011.

 
SÉRIE MULHER-CONSUMO

Por Carla Marinho

            A contemporaneidade tem se caracterizado por diversos aspectos como a hibridez cultural, ênfase das imagens inserida diariamente na vida dos atores sociais, a valorização do corpo e da beleza aos ditames de uma sociedade global. Um universo informacional de estrutura dinâmica que não é ingênuo e se faz presente no cotidiano de uma sociedade instável que molda e re - molda identidades definidas por muitos teóricos como pós-modernidade, sociedade do espetáculo e por que não dizer sociedade líquida, termo caracterizado pelo teórico Zygmunt Bauman:
Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da "liquidez" para caracterizar o estado da sociedade moderna, que, como os líquidos, se caracteriza por uma incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades "auto-evidentes".

(BAUMAN apud BURKE, 2003, p. 3)  

            Nesta Sociedade Líquida, a mulher é percebida sobre diversos olhares como, por exemplo, a da mulher independente, que conquistou e vem conquistando o reconhecimento quanto a sua valorização profissional. No entanto, nesta mesma sociedade que percebe a mulher em sua autonomia, existem imagens e outros artefatos culturais que são repletos de significados capazes de modificar identidades, definirem posições sócias, estilo de vida, e estabelecerem estereótipos. Dentre esses estereótipos, a figura da mulher ainda é concebida, por muitos, de maneira pejorativa ou como mulher objeto. Como observamos nos meios midiáticos as chamadas “mulheres-frutas”.
Alguns anunciantes ainda insistem em utilizar o arquétipo de mulher objeto, mulher fatal para seduzir as destinatárias das mensagens publicitárias. Por outro lado, assistimos também a reprodução das mulheres contemporâneas nos anúncios onde elas buscam o bem-estar, a felicidade e são protagonistas de suas próprias vidas.

(NISHIDA, 2006, p.12)
            Dentre esses os artefatos têm-se os perfumes, que segundo França (2010) a indústria da perfumaria, vem investindo no ideal “de que os fragrantes funcionam como um prolongamento da pele ou como uma roupa que a reveste, refletindo a personalidade e o estilo de vida do usuário”.  E esses conceitos são transferidos para os invólucros (vidros) de perfumes. Que em alguns frascos ainda refletem ditames tradicionalistas.
Os frascos simulam personalidades e estilos de vida: priorizam as funções simbólicas, realçam os valores semânticos, propondo formas de se portar, instaurando marcas de construções de subjetividades. São simulacros que reinventam os corpos, as percepções do entorno, das crenças, da arte e dos objetos cotidianos. Provocam efeitos sinestésicos que colocam em conjunção os estereótipos e as representações das práticas sociais.
(FRANÇA, 2010, p.170)

            Assim sendo, surge a série denominada MULHER-CONSUMO, que vem discutir metaforicamente as questões levantadas a partir dos frascos de perfumes de marcas famosas conhecidas nacional e mundialmente. Os frascos, impressos em jato de tinta no suporte papel canson, tornam-se a extensão dos corpos femininos que são desenhados em caneta hidrográfica preta.


            Nesta série a artista se propõe a discutir questões tais como:

            -A ênfase com o consumo, a beleza e o corpo na sociedade atual, como observado em Campos:

A padronização de um modelo de corpo, segundo as regras sucitadas e incansavelmente pregadas pela Indústria Cultural, diz respeito à noção do corpo como símbolo, o corpo mídia. Este corpo, que surge nos anúncios de forma tão explícita, é aquele almejado pelas pessoas, vez que é diariamente propagado nos meios de comunicação de massa e eleva o número de pacientes nos consultórios de cirurgia plástica e clínicas de estética, os esportistas nas academias, especialmente na época que antecede o verão (em que, no Brasil, os corpos ganham ainda mais visibilidade).
(CAMPOS, 2005, p.134)

            -O uso de estereótipos vinculados na mídia para rotular posições na        sociedade como as chamadas “mulheres-frutas”.

            -A “normatização” do corpo feminino que a indústria cultural em muitos anúncios publicitários como os de perfumes expõem mulheres magras        com porte de modelos, ou mulheres sensuais, apesar de que segundo    Nishida (2006): “assistimos também a reprodução das mulheres             contemporâneas     nos anúncios onde elas buscam o bem-estar, a         felicidade e são protagonistas de suas próprias vidas.”


Referências:

BAUMAN, Zygmunt. A Sociedade Líquida In: BURKE, Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke. Folha de S. Paulo, São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003.http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/4_Encontro_Entrevista_A_Sociedade_Liquida_1263224949.pdf Acesso em 13/08/2011.

CAMPOS, Camila Craveiro da Costa. Corpo-Mídia ou Corpo Suporte? – representações do signo corpo em publicidades de perfumes. Dissertação de mestrado Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação. Pós- graduação em Comunicação midiática- BAURU / SP 2005. http://www.faac.unesp.br/posgraduacao/Pos_Comunicacao/pdfs/camilacraveiro.pdf Acesso em 13/08/2011.
FRANÇA, Maureen Schaefer. Transparências e fragrâncias: materialidades simbólicas nas embalagens de perfume.  São Paulo: Rosari, Universidade Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010. http://sitios.anhembi.br/damt/arquivos/37.pdf  Acesso em 13/08/2011.


NISHIDA,Neusa Fumie. A imagem da mulher na publicidade: cenário dasrepresentações da ética de responsabilidade UNIrevista - Vol. 1, n° 3, julho 2006. http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Nishida.PDF Acesso em 13/08/2011.










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