Niná Barreto Nakanishi
Niná
era potiguar por nascimento, amapaense de alma e coração e por casamento se
tornou cidadã japonesa. A artista era
ágil e irrequieta, e não tinha freios na língua, por dizer a verdade e por
falar rápido. Frequentou dos casebres
ribeirinhos aos palácios governamentais e presidenciais. Correu o mundo levando
sua arte a todos os países e com ela o nome do Amapá.
Niná Barreto Nakanishi nasceu na cidade de
Barcelona, Estado do Rio Grande do Norte, no dia 9 de julho de 1929, filha do
comerciante Luiz Gomes Barreto e Evença Gomes Barreto. Foi estudante da rede
publica de ensino de Natal e desde
jovem mostrou tendência para a escultura, manuseando o barro, criando seus
bonecos; participou de cursos incentivados por sua família e ainda na juventude
passou a ser conhecida pela sua arte.
Em
1948 se mudou para Macapá, capital do recém-criado Território Federal do Amapá
e começou a ensinar seu métier a alguns alunos, porém a artista logo teve
reconhecido seu trabalho.
Foi
contratada pelo governo do Amapá e passou a exercer a função de Professora de
Artes. O seu "atelier" passou a ser frequentado pelos turistas, e
tinha sempre em estoque estatuetas, miniaturas da fortaleza de Macapá, vasos
artísticos cobertos de pó de manganês e outros minérios.
A
artista plástica e escultora Niná Barreto, também era pesquisadora, e tendo
próximo e uma das maiores riquezas amapaense o Manganês passou a pesquisar uma
maneira de utilizar esse minério nas suas obras e conseguiu. Transformado em pó
ela consegui cobrir as obras em barros e as transformava em belíssimas
esculturas dando-lhes um brilho único. Essa técnica ela mantinha em segredo o
que tornou suas obras exclusivas e de grande valor financeiro. Hoje,
infelizmente o Amapá não tem, ou se tem, não expõe as obras dessa grande
artista amapaense, que assombrou o mundo. Suas obras estão em museus ou em
poder de colecionadores na Itália, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Holanda,
Indonésia, Portugal e noutros países.
Promoveu um curso de cerâmica artística no período de
outubro de 1957 a abril de 1958; foi convidada e participou do II Salão de
Artes Plásticas na Universidade de Sergipe. Expôs seus trabalhos em Belém,
Estado do Pará, em 1971; no Distrito Federal em 1976; na "Amostra de
Artes" em Fortaleza - CE; em Brasília nas comemorações do "Ano
Internacional da Mulher" em 1976, além de sete exposições em Macapá.
Participou de cinco seminários, três congressos, um
estágio e dois encontros, todos versando sobre as Artes Plásticas. Têm em seu
curriculum várias portarias de elogios, medalhas e diplomas de honra ao mérito
e um prêmio de "Hors-Comesurs".
Transformou seu lar em uma obra de arte. Localizada no
inicio da Rua Tiradentes, sua casa era revestida de pedras coloridas, com
estatuetas e adornos em todos os recantos. Tinha aparência de museu, de templo,
de casa de boneca ou de fada, onde o visitante sentia-se bem, não só pelo
ambiente que o cercava, mas pelo tratamento que recebia da dona da casa. Ela
tinha um orgulho de mostrar sua sala de banho, onde reinava no centro uma
banheira de mármore com as ferragens todas em ouro. Ela dizia tenho de mar a
esse luxo, para recuperar minhas energias. Seu atelier funcionava na Rua São
José. Construiu seu patrimônio com muita luta e o
administrava com inteligência. Niná Nakanishi faleceu em Macapá, em 20 de
setembro de 2003.
Fontes:
Acesso em 18/01/2016